ESHTE comemora 25 anos e pede resolução do problema das instalações
O presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril afirmou “o poder político e os agentes públicos têm arrastado uma decisão de fundo sobre as instalações da escola”, considerando este um tema estruturante para o futuro da instituição.
Carina Monteiro
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O presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), Raúl Filipe, afirmou na passada segunda-feira, dia 16 de Maio, que “o poder político e os agentes públicos têm arrastado uma decisão de fundo sobre as instalações da escola”, considerando este um tema estruturante para o futuro da instituição. Raúl Filipe discursava na sessão solene de comemoração do 25º aniversário da Escola, na qual participaram as secretárias de Estado do Turismo e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ana Mendes Godinho e Maria Fernanda Rollo, respectivamente, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz e o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.
Começando por afirmar que a ESHTE conseguiu uma reputação “de qualidade e eficiência adequadas ao objectivo da sua génese”, Raúl Filipe agradeceu a todos quantos contribuíram para o percurso da instituição.
O responsável afirmou que a procura pelos cursos ministrados pela ESHTE tem-se mantido, nos últimos anos, num patamar “extremamente elevado”, sendo uma “das escolas que mais rapidamente preenche as vagas do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, verificando-se uma procura muito superior à oferta lançada no mercado”. Actualmente, a escola superior conta com cerca de dois mil alunos inscritos, “mais do dobro de há dez anos, e dez vezes mais do que há 20 anos”.
Para Raúl Filipe, a “escola tem de saber modernizar-se e o futuro projecta-se através da capacidade de antecipar os novos desafios e garantir a consequente resposta. Não podemos ignorar que a dinamização da actividade turística a nível global gera novas necessidades”.
Neste sentido, referiu, “importa dizer que as grandes ameaças que imperam sobre o futuro da ESHTE possuem um carácter exógeno, estando fortemente dependentes da intervenção do poder político”. Raúl Filipe referia-se às instalações, um tema cuja solução “várias vezes pareceu estar encontrada mas devido a factores vários a decisão sobre o caminho futuro da ESHTE tem sido adiada”.
Paralelamente, o responsável lembrou que “a coabitação da ESHTE com a Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril da tutela do Turismo de Portugal, apesar da cooperação entre os seus responsáveis, não tem evitado a existência de constrangimentos logísticos, que impedem o desenvolvimento de acções prioritárias, nomeadamente do plano académico onde é patente uma situação de insuficiência de aulas nas áreas técnicas no domínio dos espaços dedicados à investigação e às actividades curriculares”.
Por outro lado, Raúl Filipe afirmou que existem “vários investimentos que tem de ser concretizados com urgência, ao nível das áreas exteriores, das infra-estruturas, dos edifícios e das áreas técnicas” e foi a “indefinição sobre o futuro da escola” que impediu a concretização destes investimentos em 2015.
Para concluir este tema, o presidente da ESHTE disse que continuarão “a acompanhar os contactos entre tutela, a Câmara Municipal de Cascais e o Turismo de Portugal, tendo em vista a resolução da utilização do Campus Escolar”. “São matérias estruturantes para a ESHTE e que foram devidamente incorporadas no nosso plano estratégico de médio prazo, juntamente com outros eixos de intervenção considerados fundamentais para o futuro da escola, particularmente se olharmos para o grande objectivo associado à consolidação da sua posição no contexto do Ensino superior do Turismo em Portugal e na sua evolução para uma academia de referência internacional”.
Raúl Filipe garantiu que a ESHTE vai continuar a promover uma forte relação com os stakeholders e o mercado de trabalho. “Esta ligação já se faz através da elevada captação de estágios profissionais para os alunos e na obtenção de níveis de empregabilidade acima dos 95%, que coloca a escola entre as seis instituições de Ensino Superior com melhor índice neste domínio”.
Na sua vez de discursar, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, afirmou o compromisso da autarquia para, juntamente com as outras partes, resolver o problema das instalações. Aproveitou também para lançar o desafio à Escola para que esta se torne numa fonte de investigação turística. “Portugal tem de produzir investigação fundamental nesta área do Turismo, porque somos um dos destinos principais em termos turísticos a nível mundial, também temos de ser fonte de conhecimento, tem que ser daqui que se pensa o futuro do turismo à escala mundial”.
A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, disse também esperar que “o problema das instalações seja resolvido por todos os responsáveis com competência na matéria que hoje estão aqui sentados”.
A responsável pela pasta do Turismo lembrou que, apesar dos bons resultados do turismo, “temos desafios pela frente para que o turismo seja cada vez mais uma actividade sustentável ao longo do ano e para que haja cada vez mais emprego qualificado”. Para a responsável é “essencial qualificar os Recursos Humanos no Turismo, mas também valorizar quem trabalha no dia-a-dia no Turismo”. Nesse sentido, recordou, que a Secretaria de Estado do Turismo lançou o desafio às associações para que, no modelo da classificação dos empreendimentos turísticos, passasse a dedicar uma área só aos recursos humanos, reconhecendo que são uma peça-chave nos empreendimentos turísticos.
“Estamos também a dar uma grande força às Escolas de Hotelaria e Turismo no sentido de reconhecer o papel fundamental que elas têm na construção de uma oferta cada vez mais qualificada”, afirmou.
“Temos de criar as condições para que as pessoas se vejam valorizadas quando trabalham no Turismo, porque so assim conseguimos ter recursos humanos qualificados, e fixar as pessoas no Turismo e evitar que elas se formem no turismo e depois vão para outras áreas ou para fora do país”, concluiu.
A sessão solene de comemoração do 25º aniversário da ESHTE contou com a presença de vários responsáveis das associações de Turismo e de representantes do Ensino Superior, docentes, alunos e ex-alunos da Escola. No final, foram entregues galardões de reconhecimento dos serviços prestados à ESHTE a antigos dirigentes da escola, professores, antigos alunos e ainda a antigos dirigentes políticos, como os ex-secretários de Estado do Turismo, Licínio Cunha e Vítor Neto. Foram ainda distinguidas a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho e a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo.