Campo Pequeno quer ser uma das principais salas do País
Aceitou o desafio de abraçar o cargo de director de espectáculos e eventos do Campo Pequeno, há 10 anos, aquando da renovação do espaço. Vasco Cornélio falou com o Publituris sobre como vai o mercado de eventos em Lisboa e na sala que considera ser a única com “alma portuguesa”.
Publituris
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O desafio que lhe foi colocado há 10 anos era de colocar o Campo Pequeno como uma das salas de espectáculos e de eventos do País. “Julgo que estamos a conseguir. Estamos obviamente bem posicionados para sermos uma das principais salas do País”, começou por dizer ao Publituris, Vasco Cornélio, director de espectáculos e eventos do Campo Pequeno.
Um espaço multiusos que, “como tal, existem poucos em Lisboa, ou até mesmo em Portugal”, onde se fazem corridas de touros, casamentos, espectáculos, concertos, mercados, lançamentos de carros ligeiros ou até mesmo pesados, eventos desportivos e corporativos. “Isso é o que torna o espaço multiusos, essa capacidade de poder ser multidisciplinar”, esclareceu Vasco Cornélio.
Este ano, as datas desde 20 de Novembro até ao Natal já estão esgotadas, aos fins-de-semana. “Espectáculos, eventos privados, concerto e mercados. Vai acontecer de tudo. A seu tempo, os promotores farão a divulgação”, adiantou o director.
Nas datas esgotadas, incluem-se alguns dos eventos que já fazem parte da programação fixa do Campo Pequeno, como o Mercado de Natal. “O Campo Pequeno, de há cinco anos para cá, tem sido pioneiro em realizar os mercados (Vinhos, Natal e Gourmet) e outro tipo de eventos de grande público, que as pessoas associam ao espaço, como o “Chocolate em Lisboa”(Fevereiro), a “Feira das Viagens”(Maio) e o “Meo Fan Event” (Abril). São eventos sempre com várias dezenas de milhar de pessoas que nos visitam. Como casa portuguesa, assumimos esta forma e os mercados são exclusivamente de produtos portugueses. Não deixa de ser um orgulho trabalhar marcas portuguesas, somos o palco de Lisboa para essas marcas”, disse Vasco Cornélio.
A média da taxa de ocupação do Campo Pequeno situa-se nos 110 dias/ano. A época alta regista-se nos meses de Outubro, Novembro, Dezembro e Maio e são os espectáculos que contribuem com a maior parcela.
A procura do mercado corporativo tem vindo a crescer, principalmente por parte dos estrangeiros. Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Perú, Chile, Rússia, Holanda, França, Itália, Espanha, Inglaterra e Alemanha são os países de onde surgiu maior procura pelo Campo Pequeno para a realização de eventos privados.
“O sector corporativo procura-nos por duas razões: Uma muito simples e tradicional, que é fazer eventos com catering. Temos uma área de 1250 metros quadrados, na arena cabem até mil e cem pessoas e, tirando os separadores dos camarotes, aumentamos para 1400.
A outra, para reuniões plenárias. A bancada leva 4400 pessoas e isso permite fazer reuniões plenárias, como aconteceu com o Rotary Club ou a Sonae. Temos uma base de auditório. Neste caso, fazemos na parte traseira o catering e assim funcionamos como centro de congressos. No último ano, foram mais os eventos corporativos estrangeiros do que portugueses. Foi o ano com mais estrangeiros. Procuram aqui a alma portuguesa. O Campo Pequeno tem originalidade e identidade”, explicou o director.
Durante o Verão não há eventos privados no Campo Pequeno, o que não abona a favor da taxa de ocupação, bem como o facto de ao domingo, segunda, terça e quarta não se realizarem também eventos. “Portugal tem bons promotores e o país tem vindo a ter bons espectáculos. Mas, falta-nos a tradição de sair mais durante a semana, como se faz noutras cidades europeias. Em Portugal, claramente só identificamos um espectáculo à sexta ou ao sábado, mas ninguém pensa num espectáculo à terça ou à quarta”, lamentou Vasco Cornélio.
Os promotores procuram a sala, mas a sala também procura os promotores. “Como somos um país pequeno acabamos, por muitas vezes, sermos nós a procurar ou tentar alguma dinamização do mercado. Se sentimos que estamos desocupados num determinado período vamos à procura. Sentir-me-ia muito frustrado se chegasse ao Natal e só tivesse eventos para um determinado tipo de público. Tenho de ter variedade, pois também tenho um centro comercial e um parque de estacionamento dependentes da ocupação da sala”, referiu.
Há outras condicionantes no sector dos eventos em Portugal. “Sinto que as pessoas estão ávidas de ver bons espetáculos em Portugal. Mas o País está afastado da Europa, por isso a vinda dos espetáculos a Portugal é mais onerosa. A parte geográfica pesa muito e o mercado está depauperado, somos um país que infelizmente viveu uma crise muito grande”, disse.
No entanto, Vasco Cornélio está confiante no futuro e no Campo Pequeno “gostava de ver um torneio internacional de ténis e um tattoo militar. Gostava de ver aqui um leilão de cavalos e mais concertos intimistas com cantores internacionais”, disse. ¶
“No último ano foram mais os eventos corporativos estrangeiros do que portugueses. Foi o ano com mais estrangeiros. Procuram aqui a alma portuguesa. O Campo Pequeno tem originalidade e identidade”.
A tauromaquia é o ADN do Campo Pequeno
“As corridas de touros são uma parte relevante desta empresa, é o ADN. Essa é a nossa identidade”, referiu Vasco Cornélio. Desde a Páscoa até Outubro, realizam-se as corridas de touros no Campo Pequeno. O Verão é a época alta taurina. O Campo Pequeno tem também um museu por onde, de Junho a Dezembro, passaram mais de 10 mil visitantes. É um espaço que “dá resposta aos estrangeiros para perceberem a história do edifício”, reforçou o director de espectáculos e eventos. A empresa criou também a Campo Pequeno TV, canal que está no MEO e NOS para assinatura. Foi também criado um novo site do Campo Pequeno com mais funcionalidades e foi feito um reforço nas redes sociais.