SONY DSC
“Agentes de viagens estão aqui para ficar”
Yanik Hoyles, director do programa NDC, desenvolvido pela IATA, responde a algumas dúvidas que o lançamento desta nova ferramenta para as companhias aéreas tem despertado.
Publituris
Allianz Partners regista crescimento em todos os segmentos de negócio
Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris
Octant Hotels promove-se nos EUA
“A promoção na Europa não pode ser só Macau”
APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu
Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT
Royal Caribbean International abre primeiro Royal Beach Club em Nassau em 2025
Viagens mantêm-se entre principais gastos de portugueses e europeus, diz estudo da Mastercard
Álvaro Aragão assume direção-geral do NAU Salgados Dunas Suites
Lusanova e Air Baltic lançam “Escapada ao Báltico” com voos diretos
Em Setembro, foi lançada a primeira versão do NDC (New Distribution Capability) pela IATA (Organização Internacional de Transporte Aéreo), que representa 260 companhias aéreas, que significa 83% do tráfego global aéreo. Este novo programa, utilizando linguagem XML, está direcionado para a indústria das viagens e pretende fornecer aos agentes de viagens a mesma capacidade que os websites das companhias aéreas têm. Segundo a IATA, o programa standard NDC irá aumentar a capacidade de comunicação entre companhias aéreas e agências de viagens, e será aberto a qualquer terceiro intermediário (GDS) para implementar e usá-lo. Mas este novo programa desenvolvido pela IATA suscita várias dúvidas dentro do sector das agências de viagens e não só. Uma delas é se este programa não fomenta a venda directa das companhias aéreas ao consumidor final, passando assim por cima do canal das agências de viagens. Questionado pelo Publituris, à margem do Global Media Day da IATA, realizado em Genebra, Yanik Hoyles, director do programa NDC, foi peremptório: “As pessoas que pensam isso estão enganadas, porque se as companhias aéreas quisessem aumentar
Ao Publituris, esclareceu, que as companhias aéreas chegaram à conclusão que: “Estou a fornecer uma boa variedade de valor directamente aos meus consumidores através do meu site, mas não consigo fazê-lo através do canal dos agentes de viagens, mas em vez de estar apenas focado num único caminho da venda directa, conseguir oferecer todos estes valores através também deste canal”. Yanik Hoyles indica que com este programa é também possível as companhias aéreas tradicionais conseguirem diferenciar o seu serviço de uma aérea low cost, que anteriormente, pelos programas que as agências de viagens possuem não é bem visível. “Na verdade, é disponibilizar as ferramentas e mais-valias que as transportadoras aéreas têm no seu website para que os agentes de viagens possam vender mais. É completamente o oposto. Nos últimos três anos, as companhias aéreas perderam tempo e energia de forma a poderem melhorar a proposta de valor aos agentes de viagens”, sublinha.
Personalização
Com o NDC, as companhias aéreas podem compreender melhor as necessidades dos clientes, permitir que estes projectem as suas próprias ofertas (menu de aproximação) com base no que valorizam. “Graças a esta tecnologia moderna, eles proporcionam a diferenciação, velocidade no mercado de inovação e personalização que o canal indirecto não pode fornecer actualmente”. O programa desenvolvido pela IATA permite assim que o passageiro tenha uma experiência de compras mais consistente, independentemente do canal que utiliza para a sua compra. Assim, tanto os agentes de viagens como o denominado terceiro partido (GDS), vão ter a possibilidade de adquirir produtos adicionais e serviços, bem como ser reconhecido e receber ofertas personalizadas. “É importante notar que os três GDSs (Amadeus, Sabre e Travelport) já estão a trabalhar de forma a tornar possível que as companhias aéreas vendam os seus produtos através dos agentes de viagens de uma forma mais consistente como fazem as companhias aéreas nos seus próprios websites”.
Mas de que forma os GDSs vão integrar o NDC nos seus programas? Yanik Hoyles responde: “Os três GDSs responderam que o NDC faz sentido e é bom para o negócio”. Na prática, explica, “vai funcionar da mesma forma que funciona hoje em dia. Actualmente, temos algumas companhias que vão directamente aos agentes de viagens, outras que chegam através dos GDS aos agentes de viagens. Amanhã, algumas companhias aéreas vão continuar a ir directamente aos agentes de viagens e podem utilizar o sistema NDC para fazer isso, mas algumas companhias aéreas vão discutir com os GDS de que forma estes podem conectar-se com o seu API (Advanced Passenger Information)”.
Como exemplo, o responsável mencionou a estratégia adoptada pela British Airways: “Quem tem o seu API pode ter acesso ao mapa de assentos, o que o GDS normal não pode. A BA disse publicamente que se o GDS quiser vir e consumir o seu API para obter esta informação, ele pode fazer isso perfeitamente. É inteiramente possível. O que penso que tem que acontecer e será o próximo passo, será os agentes de viagens contactarem os seus parceiros das companhias aéreas, nos GDS e perguntar-lhes o que é que o NDC representa para eles”.
No final deste ano, a 31 de Dezembro, 10 companhias aéreas, como a Qatar Airways, American Airlines, British Airwyas, entre outras, terão implementado, numa escala menor, alguns dos componentes do NDC. 20 outras companhias aéreas afirmaram à IATA que têm planos para, dentro de um a dois anos, lançarem também o NDC nos seus sistemas. O director do programa NDC realçou, no entanto, que esta nova ferramenta não está destinada apenas às companhias aéreas grandes, mas também às pequenas e médias companhias aéreas.
O responsável concluiu, na sua apresentação, que o NDC “só poderá ter sucesso e utilizar a totalidade do seu potencial se a cadeia de valor trabalhar conjuntamente”. ¶
*A jornalista viajou a convite da IATA com o apoio da TAP.
“Se as companhias aéreas quisessem aumentar as suas vendas directas não iam contactar a IATA, nem perder tempo com os fornecedores de tecnologias de informação questionando-os como podem fornecer ‘rich content’ no canal dos agentes de viagens”