Lisboa, Capital Atlântica do Turismo – Projecto Oceanos II
Nunca se estudou tanto o 7º continente, ou seja, os oceanos e os seus recursos no solo e subsolo, através de acções impulsionadas pelos países marítimos mais apostados em aumentar as suas zonas económicas exclusivas, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (…)
Humberto Ferreira
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Nunca se estudou tanto o 7º continente, ou seja, os oceanos e os seus recursos no solo e subsolo, através de acções impulsionadas pelos países marítimos mais apostados em aumentar as suas zonas económicas exclusivas, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e dos estudos da Comissão de Limites da Plataforma Continental, à qual o nosso Governo apresentou em Maio de 2009 a proposta de extensão da sua Zona Económica Exclusiva (a partir do actual limite das 200 milhas da ZEE).
PORTUGAL MAIOR – Portugal Continental e Insular mede 92 mil km2 de território e mais 1,6 milhões de km2 na 3ª maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) europeia, aguardando (em 2016) parecer positivo da Comissão das Nações Unidas da Plataforma Continental, para lhe ser outorgada soberania oceânica sobre mais cerca de 2,4 milhões de km2. Ou seja, 97% do espaço nacional será Mar, numa extensão 40 vezes maior do que a zona terrestre, abrindo novos meios à protecção, exploração, e aproveitamento dos recursos marinhos, atingindo no total quase 4 milhões de km2.
Quem ignorar esta tendência positiva, voltando costas ao mar, como, lamentavelmente, tem sido feito pela maioria dos governantes desde 1974, é melhor procurar um país interior com modos de vida diferentes.
LISBOA, CAPITAL ATLÂNTICA DO TURISMO – Com este simples projecto cumprem-se dois objectivos: a melhoria da vida comunitária numa das mais distintas zonas da capital portuguesa, e um contributo para o consenso sobre uma Europa mais sustentável, organizada, e produtiva, tendo por objectivo a prometedora exploração de recursos marinhos no século XXI.
TURISMO+CIÊNCIA+NATUREZA – Outros povos marítimos anseiam por esta mudança e pela junção destes três pólos, numa perspectiva colectiva de desenvolvimento avançado.
Sendo natural que, graças a valiosos programas de investigação científica em curso, se inicie o CICLO DOS OCEANOS, criando novos recursos, hábitos e produtos alimentares, energéticos, de saúde, e tecnologia. Por isso é fundamental, em países como o nosso, ir preparando as populações, tanto do litoral como do interior, para um mundo novo, que desafiará as novas gerações, a partir de 2016.
INTERVENÇÃO POLÍTICA – Ate aqui, porém, nossos governantes e empresários têm demonstrado pouco interesse pela evolução dos recursos marinhos. Ao fisco interessa apenas os valores que cobra na pesca, portos, construção naval, desportos náuticos, transportes marítimos e fluviais. E são poucas as excepções de investimentos em actividades do Mar, por falta de uma Política dedicada ao Mar.
Portanto, cabe agora ao Governo, Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Turismo de Portugal, e às associações representativas da sociedade civil, com a devida urgência, aproveitar, ou não, esta sugestão da sociedade civil (em versão melhorada e contributos adicionais), a qual antecipa, a partir da pesquisa de novos conceitos científicos, ambientais, autárquicos, e turísticos, a promoção mundial de LISBOA e do belo estuário do TEJO, num plano diferente do habitual.
O que poderá atrair uma nova plêiade de jovens, cientistas e estudiosos apaixonados pelo Mar, seja para praticar CRUZEIROS, visitas culturais, desportivas, pesquisa marinha, etc., ou para partilhar a paisagem cultural e o saber.
TOPONÍMIA – Mencionei atrás que a proposta é simples: pois visa apenas dotar Lisboa e o Tejo com marcas, percursos temáticos, e meios de informação de fácil assimilação por parte de visitantes intercontinentais, ou seja, da parte de novos mercados de procura. Mas através de narrativas diferentes, que atraiam a juventude mundial aberta ao espírito aventureiro das expedições no século XV, e que vão repetir-se, no século XXI, em profundidade, para avaliar a extensão e qualidade dos recursos das várias plataformas continentais.
Mas nada, hoje, é tão simples como parece à primeira vista.
Assim, importará certamente proceder a algumas alterações toponímicas em Belém, caso a proposta avance.
Por exemplo, há poucas artérias de Belém dedicadas a navegadores, além da avenida Dom Vasco da Gama e do largo Afonso Albuquerque, mas como há artérias espalhadas pela capital em honra dos navegadores – lembro-me, entre outros, de Bartolomeu Dias, irmãos Corte Reais (Gaspar, João, Miguel e Vasco), Diogo Cão, Fernão Magalhães, Gonçalo Velho, Gonçalves Zarco, Pedro Álvares Cabral, etc., seria útil propor à comissão de toponímia, a troca de alguns desses nomes para Belém, o bairro finalmente consagrado a epopeia oceânica portuguesa.
Á única estátua de Vasco da Gama em Lisboa, encontra-se no Arco da Rua Augusta. É certo que o Padrão dos NAVEGADORES mostra as figuras em estátuas, dos capitães que concretizaram as históricas descobertas portuguesas, mas sem indicar os respectivos nomes. Já vi esquemas do monumento com indicação desses nomes. Bastaria colocar duas placas de pedra com essa ilustração nas alas laterais.
PREPARAÇÃO PARA A DINÂMICA DO SÉCULO XXI – Com ligeiras alterações, Portugal poderá, assim, de Norte a Sul, projectar imagens, produtos, programas e promoções mais integrados na dinâmica do século XXI virada para os Oceanos, através da cooperação entre os especialistas da Natureza, Ciência, e Turismo. Três actividades que vão marcar o século XXI.
Na próxima semana expandirei o tema, aliás, num conjunto de textos semanais, que tenho vindo a preparar em SAGRES, outra comunidade que merece ser projectada no exterior através da iniciativa (parada) de geminação com Cape Canaveral, base do Centro Espacial Kennedy e das viagens interplanetárias, através de uma exposição permanente na Fortaleza, das epopeias das expedições portuguesas á descoberta de rotas marítimas no Atlântico, Índico e Pacifico, e das expedições espaciais da NASA. Iniciativa que poderia também transformar Sagres num destino histórico mais visitado e estudado pelas gerações futuras. Tema para outra próxima série de textos. CONTINUA.