Estatísticas à algarvia
Se há algo que sempre me intrigou foi a estatística. As definições mais académicas referem que “a estatística é uma ciência que se dedica à recolha, análise e interpretação de dados.
Ruben Obadia
Soltour volta a lançar charters para Samaná à partida de Lisboa
Iberia celebra 85 anos de voos ininterruptos entre Madrid e Lisboa
Princess Cruises altera dois cruzeiros de volta ao mundo devido a conflitos no Médio Oriente
Brilliant Lady é o 4.º navio da Virgin Voyages e chega em setembro de 2025
Bruxelas inicia ação contra 20 companhias aéreas por práticas enganosas de “greenwashing”
Dubai recebe Arabian Travel Market entre 6 e 9 de maio
Etihad Airways coloca A380 na rota de Paris a partir de novembro
Croatia Airlines passa a integrar APG-IET
Turismo de Portugal inaugura Centro de Incubação de Base Tecnológica para o setor do Turismo a 6 de maio
Gestão de frota e manutenção de motores PW150A da TAAG será feita pela Pratt & Whitney Canada
Se há algo que sempre me intrigou foi a estatística. As definições mais académicas referem que “a estatística é uma ciência que se dedica à recolha, análise e interpretação de dados. Preocupa-se com os métodos de recolha, organização, resumo, apresentação e interpretação dos dados, assim como tirar conclusões sobre as características das fontes donde estes foram retirados, para melhor compreender as situações”.
A semana passada demos conta de dados estatísticos da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) e da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), referentes à hotelaria na região no mês de Maio. Invariavelmente, quando duas entidades divulgam dados estatísticos sobre uma mesma coisa e um mesmo período raramente a bota bate com a perdigota. No caso, a diferença era gritante. De um lado a ERTA, sustentada pelos dados do INE, divulgou um crescimento nas receitas da hotelaria em Maio na ordem dos 11,9%. No outro a AHETA fala em decréscimo de 9,5%. Não é preciso ser adivinho para saber qual o número que mais se aproxima da realidade. Basta falar com os directores de hotéis, com os proprietários dos empreendimentos turísticos, com os responsáveis pelos operadores de incoming da região para perceber que os números do INE passaram pelo detergente OMO, o tal do lava mais branco.
Há sempre um argumento curioso nesta questão de estatísticas, argumento recorrente de quem as faz: “É tudo uma questão de metodologia!”. Pois neste caso, não há método que justifique crescimentos de dois dígitos em Maio no Algarve. Foi este o ponto de partida para um artigo que trazemos à estampa nesta edição e em que contamos toda a história (possível) destes números. Na prática ficamos na mesma, mas com a certeza que as estatísticas são como os biquinis, “o que revelam é sugestivo, mas o que elas escondem é essencial”.
Aliás, falar em crescimento da receita hoteleira no Algarve em Maio relembra-me uma piada… estatística: “Se um pedaço de queijo suíço tem muitos buracos, logo quanto mais queijo, mais buracos. Se cada buraco ocupa o lugar do queijo, logo quanto mais buracos, menos queijo.
Se quanto mais queijo, mais buracos e quanto mais buracos, menos queijo, logo, quanto mais queijo, menos queijo!”. Deve ter sido este o método utilizado para se falar em crescimento…