Imagem dos destinos é quase tudo
“A sustentabilidade está associada às práticas responsáveis ao longo do tempo”, “a imagem deve estar ancorada na identidade de um destino, a qual, num contexto competitivo, depende, em grande medida, da diferenciação pela unicidade e exclusividade” e “os destinos devem apostar na criatividade e inovação da sua oferta”. Estas foram as três ideias chave do… Continue reading Imagem dos destinos é quase tudo
Sónia Gomes Costa
Compare e reserve estacionamento nos aeroportos através de Parkos
Africa’s Travel Indaba regressa a Durban entre 13 e 16 de maio
NAV implementa novo sistema em Lisboa que pode reduzir atrasos nos voos
Grupo Norwegian transporta 2,2 milhões de passageiros em abril
Bestravel celebra aniversário com descontos e campanha de responsabilidade social
BPI prevê um crescimento “mais modesto” do turismo em Portugal para 2024, mas aponta oportunidades a ter conta
B travel com nova loja em Leiria
Estudo da Condé Nast Johansens diz que mulheres ultrapassam os homens nas viagens de luxo
Pegasus abre rota direta entre Edimburgo para Istambul
TAP com prejuízo de 71,9 milhões de euros, mas melhores resultados operacionais
“A sustentabilidade está associada às práticas responsáveis ao longo do tempo”, “a imagem deve estar ancorada na identidade de um destino, a qual, num contexto competitivo, depende, em grande medida, da diferenciação pela unicidade e exclusividade” e “os destinos devem apostar na criatividade e inovação da sua oferta”. Estas foram as três ideias chave do III Congresso Internacional de Turismo Leiria e Oeste, organizado pelo IPL – Instituto Politécnico de Leiria, que decorreu nos dias 25 e 26 de Novembro, na ESTM – Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche. Em declarações ao Publituris, Júlio Coelho, director da ESTM e responsável pela organização do congresso, explicou que o congresso pretendeu sobretudo promover a discussão sobre a importância da imagem dos destinos, para a sua sustentabilidade turística. “Cada vez mais os destinos procuram encontrar uma imagem que seja identificativa, mas nem sempre atendem ao facto dessas escolhas dependerem de variáveis e factores objectivos, e por consequência, muitas das escolhas acabam por não resultar ou ficar aquém do desejado”, alertou o responsável. Esta conferência – que teve como tema: “A imagem e a sustentabilidade dos destinos turísticos” – contou com 250 participantes e também com vários investigadores e oradores nacionais e internacionais, o que segundo Júlio Coelho “só reforça a importância do tema, num contexto onde a concorrência e a competitividade dos destinos assume primordial relevância”. O responsável assumiu ainda que “os estudos e investigações que resultaram em novos conhecimentos e reforço de posições vieram demonstrar, mais uma vez, que os agentes praticantes devem estar atentos aos académicos investigadores”.
Onde está a identidade?
Os destinos com imagens sem identidade definida foi outro dos assuntos levados a debate. A propósito, Júlio Coelho observou que “é frequente assistirmos, e cada vez com maior intensidade, ao recrudescimento, de imagens ‘identitárias’ por parte dos destinos”.
Contudo, considerou que tal tarefa “não é fácil nem imediata”, porque “ora são imagens conotadas com produtos isolados, ou com tentativas de novos produtos, ou ainda pelo facto de soarem bem”. O responsável pensa que nestes casos “falta o essencial”, ou seja, “a identidade e o(s) segmento(s) de mercado que se pretendem atingir”. Como tal, sublinhou que “o turismo num destino só é sustentável no tempo, ou seja, a sustentabilidade do turismo num destino só será alcançada, se essas actividades, suportadas no comportamento turístico, forem perpetuadas no tempo, caso contrário, haverá uma época do turismo mas essa terá um fim previsível”.
A diferenciação será então a estratégia mais competitiva a adoptar pelos destinos turísticos, com vista ao seu desenvolvimento e consolidação: “Ter algo único, de facto, é ponto de partida para o sucesso. Para mais, se essa unicidade for atractiva para os mercados. Claro que isto não invalida que os destinos que não possuam especificidades próprias, não possam encontrar soluções atractivas para os mercados”. O director da ESTM acredita que “uma imagem desajustada pode colocar em causa o desenvolvimento futuro do turismo num destino”.
O IV Congresso vai regressar ao Oeste em Novembro do próximo ano subordinado ao mesmo tema-base, garantiu o responsável da organização justificando que um dos objectivos é “alargar a sua influência ao contexto internacional”. Para tal, a organização vai continuar a apostar em investigadores de referência mundial que “tragam a credibilidade para eventos desta natureza”, rematou.
Congresso
Painéis e oradores
Um dos oradores do primeiro painel destinado à “Competitividade dos destinos Turísticos”, veio da Universidade do Nevada Las Vegas, USA, professor Seyhmus Baloglu, especialista no estudo da imagem dos destinos turísticos, falou sobre as facilidades e atracções que hoje os destinos turísticos desenvolvem, promovendo uma cultura única. Criar uma imagem de marca diferenciadora é cada vez mais urgente, devendo ser estrategicamente gerida pelas organizações potenciando uma identidade distinta, foi a ideia chave. Como case study foi apresentado o caso de Las Vegas, numa relação entre a imagem de marca e o desenvolvimento turístico.
Outro dos painéis, o terceiro, contou com a presença de dois investigadores internacionais e com vários artigos científicos publicados sobre a gastronomia. Sob o tema da “Enogastronomia e o turismo das Regiões”, Tomás Guzmán, da Universidade de Córdoba, Espanha, apresentou uma análise teórica do turismo do vinho, focada principalmente em países que desenvolveram este produto (como a Austrália e a Nova Zelândia) e em rotas que estão a desenvolver o turismo do vinho nos países europeus. Analisou também o desenvolvimento do turismo do vinho em Espanha por meio da articulação das vias oficiais, e apresentou os principais benefícios e barreiras que têm existido na sua consolidação. Como case study apresentou as Rotas de Vinho de Jerez de La Frontera e Montilla-Moriles, ambas na Região da Anadluzia. Da Argentina veio Regina Schlúter, directora do CIET – Centro de Investigação e Estudos Turísticos, de Buenos Aires, que falou sobre a importância do turismo gastronómico para a América do Sul, como produto cultural diferenciador e como mais-valia económica para o desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas turisticamente. Como case study foi apresentado o caso da Argentina e especificamente o centro gastronómico Tomas Jofre, que preserva e promove os produtos típicos locais. O resumo das apresentações dos vários oradores está disponível através do link: www.citurismo.ipleiria.pt.