Um Encontro, Uma Nova Oportunidade
Já uma vez a RDPE reflectiu sobre a problemática do Turismo Acessível, nomeadamente, a necessidade de se tornar “acessível” um destino. Estas intervenções sobre o território são muito mais profundas que meras operações de cosmética urbana, tendo sido referido que “Na base do Destino Turístico encontra-se a dimensão territorial, política e administrativa, que regula e… Continue reading Um Encontro, Uma Nova Oportunidade
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Já uma vez a RDPE reflectiu sobre a problemática do Turismo Acessível, nomeadamente, a necessidade de se tornar “acessível” um destino. Estas intervenções sobre o território são muito mais profundas que meras operações de cosmética urbana, tendo sido referido que “Na base do Destino Turístico encontra-se a dimensão territorial, política e administrativa, que regula e organiza os prestadores de serviços turísticos, gere os recursos e define a estratégia de desenvolvimento desejada na unidade geográfica. Esta dimensão é, de longe, a mais relevante no tocante à acessibilização do Destino porque depende dela a criação de uma almejada cultura de acessibilidade, evidenciada pelos prestadores de serviços turísticos mas também pelas vivências quotidianas da comunidade residente. A acessibilização gradual de espaços e serviços públicos, sejam eles turísticos ou não, reflecte assim o compromisso pedido aos órgãos da administração pública do território.”Paralelamente, a organização de um destino, considerando este segmento, implica a actuação sobre variáveis incorpóreas, ou seja, acções que promovam a cultura da acessibilidade como parte integrante das equipas técnicas e dos decisores. Ou seja, interiorizar que uma maior cultura de acessibilidade leva a uma mudança significativa do quotidiano das pessoas com incapacidade e ao nascimento efectivo de uma sociedade mais inclusiva, comprometendo as instituições locais na adopção de metas mais ambiciosas para a promoção da acessibilidade na esfera pública e envolvendo a população nesse processo.
Integrados no plano territorial, surgem domínios de interesse tão distintos como complementares, desde as infra-estruturas à segurança, desde a sociedade à economia.
Aqui o sector público desempenha um papel de extrema importância na afirmação de um destino denominado acessível: “A funcionalidade, a qualidade e a acessibilidade dos acessos, dos espaços, dos equipamentos e dos serviços públicos é sempre prioritária num projecto de acessibilização turística. No capítulo da segurança, é necessário reconhecer que a questão é ainda mais pertinente para a pessoa portadora de incapacidade, pela condição de dependência em que muitas vezes se encontra.
Sectores como a saúde e o apoio social devem ser os primeiros domínios a envolver-se no compromisso da acessibilidade, através da criação ou reorganização de condições e serviços de reintegração. Na área social destaque para a educação, instrumento privilegiado para o respeito das diferenças, o diálogo com a diversidade e a compatibilização de valores sociais e pessoais”.
No entanto, não compete somente ao sector público a estruturação de um destino para ser incluído no roteiro internacional da acessibilidade. Se por um lado, este é um actor fundamental para o desenvolvimento de uma estratégia, por ser aquele com a capacidade de agir e transformar o território, por outro lado, compete ao sector privado dotar os seus espaços de serviços e equipamentos capazes de proporcionar aos seus clientes, o conforto, o bem-estar e, sobretudo, a segurança necessária.
Assim, no âmbito do alojamento e restauração, é essencial que os operadores responsáveis assumam as suas responsabilidades perante os seus clientes com incapacidade e que envolvam o seu staff no cumprimento destes compromissos. Conhecer as respostas para as diferentes necessidades, integrar normas legais de acessibilidade na fase da concepção dos projectos de arquitectura e especialidades, certificar a acessibilidade dos espaços e dos serviços, recorrer a pequenas correcções que tornam a unidade mais acessível ou formar para acessibilidade os diferentes colaboradores são alguns exemplos de medidas a adoptar na acessibilização dessas unidades.
As atracções e a animação turística, principais motivos de deslocação dos turistas, são fundamentais para estabelecer o nível de qualidade da acessibilidade de todo o Destino Turístico. Assim, a adopção de soluções criativas e de uma atitude pró-activa, mais sensível à dimensão da acessibilidade, na gestão das atracções e dos espaços de animação, são condições indispensáveis à afirmação do território.
Adoptar uma lógica transversal de desenvolvimento para a acessibilidade, implica pois a conjugação de diferentes dinâmicas territoriais. Aqui, assumem especial importância as áreas dos recursos humanos (formação) e da inovação, diferenciadoras do posicionamento do Destino Turístico Acessível.
No seguimento desta lógica, no passado dia 24 de Março de 2009, a RDPE, em colaboração com a AHETA, promoveu em Albufeira um encontro orientado para os Hoteleiros algarvios e dedicado às potenciais oportunidades do Turismo Acessível.
Como objectivo principal do evento foi definido a sensibilização dos agentes económico-sociais do território para os benefícios económicos que podem resultar de atitudes empresariais com maior responsabilidade social. Pelo seu carácter altamente inovador no contexto regional, o evento contou com uma grande adesão de entidades públicas e privadas ligadas ao sector do Turismo, da Reabilitação e da Acessibilidade. A forte presença dos hoteleiros e operadores turísticos no evento, principais destinatários, testemunha aliás o interesse que o tema suscita no mercado regional.
Apesar disso registam-se, ainda, internamente algumas resistências ao desenvolvimento em produtos e mercados alternativos, pelos preconceitos associados ou pela margem de risco que os empresários locais não estão dispostos e não podem actualmente correr. No final do evento foi consensual que há grande interesse e empenho em criar condições para que o turismo acessível passe a vigorar na agenda de trabalho da AHETA, intenção esta que, doravante, pretende extrapolar para os seus associados.
O momento em que o Mundo vive proporciona um conjunto de oportunidades que tendem a promover alterações de consumo turístico e, por conseguinte, a necessidade de modificação dos paradigmas de afirmação e desenvolvimento económico. Este enquadramento obriga a que a oferta turística nacional, e em particular a regional, se organize por forma a captar novos mercados para colmatar os problemas de quebra das taxas de ocupação na hotelaria. O mercado da acessibilidade apresenta, portanto, potencialidades capazes de suprir as dificuldades/desafios presentes, devendo ser encarado como uma janela de oportunidades.
Para tal torna-se necessário proceder a alterações nos empreendimentos turísticos e na formação do seu pessoal para que possam corresponder, com qualidade, às expectativas desta clientela. Dado que a estadia é o fim último do processo de acesso ao destino, os municípios são aqui chamados a desempenhar um papel decisivo e estratégico, na criação das condições necessárias à captação deste mercado. Outros prestadores de serviços turísticos devem ser aqui integrados.