Algarve quer Turismo de Natureza no PENT
“Numa futura revisão do PENT acreditamos que o Turismo de Natureza poderá passar a ser considerado como um produto estratégico para o Algarve”, declarou Nuno Aires, vice-presidente do Turismo do Algarve, ER, durante a sua intervenção no worshop “O Turismo de Natureza no Algarve”, uma iniciativa da Associação Vicentina, que teve lugar no auditório do… Continue reading Algarve quer Turismo de Natureza no PENT
Sónia Gomes Costa
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“Numa futura revisão do PENT acreditamos que o Turismo de Natureza poderá passar a ser considerado como um produto estratégico para o Algarve”, declarou Nuno Aires, vice-presidente do Turismo do Algarve, ER, durante a sua intervenção no worshop “O Turismo de Natureza no Algarve”, uma iniciativa da Associação Vicentina, que teve lugar no auditório do grupo Impresa no passado dia 25. Mais admitiu Nuno Aires que o Turismo de Natureza “tem vindo a ser assinalado como um produto cada vez mais interessante pelos operadores e agentes turísticos”. Por essa razão, o responsável garantiu a ERTA já “começou a olhar com mais atenção para este produto”, sendo que “está a fazer esforços no sentido de transformar o Turismo de Natureza num produto estratégico para a região”.
Sem excepção, todos os intervenientes deste worshop sublinharam o facto de o Turismo de Natureza não estar contemplado no PENT como um produto estratégico ou prioritário para o Algarve, o que segundo Pedro Dornellas, presidente da Associação Vicentina, “dificulta a promoção e também o financiamento para o desenvolvimento deste produto”.
Na sua intervenção, Teresa Ferreira, do Turismo de Portugal, observou que apesar de não constar no PENT como prioritário para o Algarve, o Turismo de Natureza “é um produto com potencial de crescimento porque há uma maior consciência ambiental e fuga à massificação turística”.Por isso mesmo, acredita, este produto poderá encontrar oportunidades no que respeita “à procura de experiências diversificadas dos turistas, e pelo valor que estes dão cada vez mais ao autêntico e ao genuíno”. Mais sublinhou que este produto pode ser considerado (tal como já sucede com MI e Golfe) na redução da sazonalidade do turismo da região algarvia. “O Turismo de Natureza é encarado como um produto complementar, alternativo, para diversificar a oferta turística do Algarve”, disse acrescentando que “há muitos desafios para os agentes turísticos nesta matéria”.Teresa Ferreira deixou o alerta que “é preciso trabalhar de forma integrada com as instituições que já existem para estruturar a oferta complementar”.
Potencial do produto
Durante o workshop foi igualmente referido o facto de 38,6% do território do Algarve estar incluído na Rede Natura 2000. Na área de intervenção do GAL ADERE, 64% do seu território está na Rede Natura 2000 assim como mais de 80% da superfície dos municípios de Vila do Bispo, Aljezur ou Monchique. A Vicentina (entidade gestora do grupo de acção local do ADERE) defende que Turismo de Natureza pode desempenhar um importante papel na dinamização económica e social destes territórios. Na sua apresentação, Pedro Dornellas fez questão de salientar que o Turismo de Natureza representa 22 milhões de viagens na Europa, comparativamente com o Golfe, que representa um milhão. Além disso, referiu que o Turismo de Natureza é a primeira motivação de férias nos três mercados emissores de turistas para o Algarve (43% para o alemão, 59% para o holandês e 46% para o inglês), e é apontado como o segmento de maior crescimento em termos de taxas médias anuais (cerca de 7% ao ano). O presidente da Vicentina disse ainda que o turista de natureza despende uma média diária de 250 euros (em alojamento de categoria superior, actividades guiadas, aluguer de equipamentos especiais, etc); e que 85% das viagens de Turismo de Natureza são superiores a quatro noites. “O Turismo de Natureza não pode estar unicamente na agenda dos políticos de desenvolvimento rural, deve também fazer parte da agenda do Turismo”, alertou. “Reflectir sobre as potencialidades de desenvolvimento sustentável dos territórios da Rede Natura 2000, identificar as actividades económicas a promover, compatíveis com as medidas de protecção destes territórios, bem como sobre as suas fragilidades e oportunidades é o objectivo da Vicentina”, esclareceu o responsável. O Barlavento Algarvio é a área de intervenção da Vicentina que conta como associados seis municípios: Aljezur, Portimão, Lagos, Vila do Bispo, Monchique e Silves; e mais 18 organizações sectoriais. Depois deste workshop, a Vicentina vai continuar a promover várias iniciativas de dinamização deste produto. Nesse âmbito, estão previstos eventos como: WQS Mundial de Surf Algarve 2009, de 6 a 12 de Julho; Taça das Maratonas Portugal BTT 2009, dias 3 e 4 de Outubro de 2009; Encontro Internacional de Birdwatching, entre 13 e 15 de Outubro de 2009. A grande ambição da Vicentina é lançar em Setembro de 2010 a primeira feira bienal de Turismo de Natureza. “A região de Turismo do Algarve está sintonizada com a nossa associação, e as coisas estão muito bem encaminhadas”. Se este produto vier a estar previsto depois da revisão do PENT, “o financiamento deixará de ser um problema para o desenvolvimento da promoção”, observou Pedro Dornellas revelando que a associação conta com um orçamento de três milhões de euros. Nuno Aires concordou que a região algarvia apresenta várias potencialidades para desenvolver o Turismo de Natureza, e que é urgente apostar nos produtos complementares ao Sol e Mar porque o turismo da região “vive da conjugação de experiências que os vários produtos turísticos oferecem”.
Marca
“O outro Algarve”
by Pedro Bidarra, BBDO
“O outro Algarve” foi a proposta lançada por Pedro Bidarra, presidente da agência de publicidade BBDO, durante a sua intervenção no workshop. “Há mais Algarve do que a marca associada à região, baseada sobretudo no Sol e Mar. O Algarve é muito mais do que praia e golfe”.
Pedro Bidarra sugeriu a criação de “um sisma, uma nova marca, com valores diferentes da que já existe e que é fortíssima”, onde passe a existir lugar para o Turismo de Natureza, com tudo o que este produto inclui (surf, aves, montes, ondas, praias desertas, paz, espaço, etc).
Na opinião do presidente da BBDO, “O outro Algarve” seria uma forma de alavancar o turismo da região, por um lado diversificando a oferta e por outro os turistas que escolhem o destino e que preferem fugir às massas. “Com uma imagem e um website diferentes, esta marca iria alavancar a que já existe, fortalecê-la, e mostrar que existe um Algarve maior. Seria uma forma de reiventar e revitalizar o Algarve aproveitando a marca já consolidada”, explicou.