Costa Terra vendido a proprietário do Ritz Four Seasons
Queiroz Pereira admite fazer alterações no projecto para resolver o embargo e dar resposta às questões dos ambientalistasO suíço Andreas Reinhart vendeu a participação no Costa Terra, projecto PIN no litoral alentejano embargado por questões ambientais, ao empresário Queiroz Pereira, proprietário do Ritz Four Seasons, em Lisboa, e do Villa Magna, em Madrid. O acordo… Continue reading Costa Terra vendido a proprietário do Ritz Four Seasons
Fátima Valente
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Queiroz Pereira admite fazer alterações no projecto para resolver o embargo e dar resposta às questões dos ambientalistasO suíço Andreas Reinhart vendeu a participação no Costa Terra, projecto PIN no litoral alentejano embargado por questões ambientais, ao empresário Queiroz Pereira, proprietário do Ritz Four Seasons, em Lisboa, e do Villa Magna, em Madrid. O acordo de cedência da posição accionista na empresa CostaTerra, SGPS, SA, foi assinado no dia 18 de Setembro.
O comunicado de imprensa a que o Publituris teve acesso dava conta de que “a nova estrutura accionista da CostaTerra pretende desenvolver o projecto respeitando os seus princípios e valores fundadores, mantendo a mesma equipa de gestão”. No entanto, ao Diário Económico, Queiroz Pereira terá admitido introduzir algumas alterações no projecto, justificando que “em projectos desta natureza temos de andar de mãos dadas com os interesses na área do ambiente”.
Em comunicado, a CostaTerra lembra que Andreas Reinhart era “proprietário da Herdade da CostaTerra há mais de 44 anos” e aguardava “há 19 anos pela aprovação do projecto de desenvolvimento turístico”, tendo decidido “ser este o momento para uma transição dos seus interesses financeiros neste projecto para investidores portugueses”.
“Embora a decisão estratégica de Andreas Reinhart em vender a sua parte do projecto tenha sido considerada há algum tempo atrás, o processo de transição de accionistas foi agora acelerado pelos constrangimentos legais que o projecto sofreu este ano”, refere o mesmo documento.
Recorde-se que as Obras de Urbanização da CostaTerra tinham sido suspensas pelo deferimento duma providência cautelar interposta pela Quercus e os promotores aguardavam decisão do tribunal administrativo de Lisboa da acção interposta pelas ONG’s Quercus e Geota, aos Ministérios da Economia e do Ambiente. Segundo informação da CostaTerra, “a nova geração da família Reinhart mantém interesses económicos na região onde pretende desenvolver projectos agrícolas e florestais numa área de 480ha a Sul da herdade” para onde o projecto está previsto.
A empresa frisa ainda que o “compromisso financeiro estende-se a projectos de desenvolvimento social e ambiental em Grândola e em Melides onde a fundação da Família (Fundação Volkart) tem participado activamente desde há vários anos”.
Três PIN na mesma situação
O processo de infracção colocado a Portugal pela UE pela aprovação de três projectos PIN para áreas protegidas na costa alentejana dizia respeito, além do Costa Terra, aos projectos Herdade do Pinheirinho e Herdade da Comporta, os três classificados pelo Governo como Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN). A acusação da Comissão Europeia, surgiu dois anos depois da apresentação de uma queixa pela associação de defesa do ambiente Quercus.
Ficha Técnica
CostaTerra
Localização: Melides/ Grândola (Herdade Costa Terra)
Área: 200 hectares
Características: Projecto PIN
Infraestruturas hoteleiras: Conforme aprovado, o projecto previa três hotéis, cinco aparthotéis, quatro aldeamentos turísticos, 204 moradias, campo de golfe, centro equestre, clínica de medicina desportiva, geriatria e talassoterapia, dois clubes de ténis e ginásios, fórum comercial, centro ecuménico, centro de documentação da natureza, reserva ornitológica, parque de flora mediterrânica, borbuletário, quinta e vinha biológica.
Investimento: Estavam previstos 510 milhões de euros
Lançamento da 1ª pedra: 1 de Abril de 2007
Embargo: Final de Fevereiro de 2008