O Mercado Turístico
por armando Calvão Rocha, Eduardo Abreu, Luís Carmo Costa e Nuno Constantino, As constantes mudanças que vivemos no dia a dia e que nos são “impostas” pela sociedade de consumo […]

Publituris
Nova Edição: Viagem aos bastidores do 50.º Congresso da APAVT, mercado chinês, Florianópolis e dossier sobre seguros de viagem
Edição Digital: Viagem aos bastidores do 50.º Congresso da APAVT, mercado chinês, Florianópolis e dossier sobre seguros
Ministros do Turismo do BRICS pretendem dinamizar ações conjuntas
LATAM Airlines já voa com as novas cabines Premium Business renovadas
Volta ao Mundo 2027 da Princess Cruises visita 61 destinos em 20 países e três continentes
Monte da Bica vai investir 1,5M€ para criar boutique hotel, dois lagares e uma sala de provas
Fiscalidade, Emprego, Investimento e Coesão Territorial são os 4 eixos das 13 medidas propostas pela AHRESP para a próxima legislatura
Setor dos Transportes entre os que mais recuaram na constituição de novas empresas até final de abril
Pilotos da TACV anunciam greve de cinco dias a partir de 22 de maio
Turismo de Portugal promove gastronomia nacional no Japão
por armando Calvão Rocha, Eduardo Abreu, Luís Carmo Costa e Nuno Constantino,
As constantes mudanças que vivemos no dia a dia e que nos são “impostas” pela sociedade de consumo em que vivemos, reflectem-se na forma e maneira das pessoas viajarem, bem como no despontar de novas tendências.
Estas, que poderemos designar de preferências, são consubstanciadas na altura em que se escolhe um destino de férias ou se faz uma reserva, seja de hotel ou de avião.
Dois fenómenos originaram as grandes mudanças no sector turístico :por um lado a banalização e acesso às novas tecnologias que transformou, completamente, os hábitos dos consumidores e por outro lado as mudanças de estruturas sociais que deram origem a que os clientes das agências de viagem não sejam os típicos viajantes em busca de uma viagem com hotel e avião, mas os que buscam resorts específicos com tudo incluído, viagens de natureza ou algum spa em particular.
Já não chega conhecer os clientes a quem se presta um serviço, a fidelização deixou de ser um facto adquirido, há que a conquistar em cada reserva…
Um que outro comentadores atentos ao fenómeno do turismo dirão que as tendências actuais são exactamente estas, a questão da distribuição e da fidelização, e que nada será como antes…
A indústria turística está preocupada com o futuro e neste momento com crise financeira instalada veremos como vai reagir o sector.
Nada de surpreendente, uma vez que o produto tem “prazos de validade” e é extremamente sensível a fenómenos que ponham em risco pessoas e bens.
Hoje em dia os lugares de avião que não se vendem para um voo não podem ser vendidos outra vez, nem os quartos de hotel que não se venderam na noite passada -tudo tem um prazo de validade -e o negócio pode tornar-se extremamente volátil devido aos atentados, ao impacto das taxas de juros, da depreciação de moedas, de epidemias, de greves e um sem fim de outros acontecimentos com impacto na disponibilidade mental para viajar em lazer.
No entanto, reacções de curto prazo para problemas de curto prazo podem levar a uma cultura de gestão, diária, dominada pelo pensar a curto – prazo.
Temos assistido às gravosas consequências na obsessão dos descontos e a desastrosa negligência na identidade dos produtos e imagem de marca.
As cadeias de distribuição não se distinguem umas das outras pois tornaram-se, virtualmente, todas iguais .Oferecem os mesmos descontos, os mesmos hotéis, as mesmas fotografias nas brochuras e os mesmos destinos, esquecendo-se que o preço é um factor acessório se o consumidor não for , primeiro, tentado pelo produto/destino.
O marketing é definido, consensualmente, como o processo de identificar e satisfazer as necessidades e expectativas dos consumidores – visando o lucro.
O “approach” de marketing nos planos de negócios deverá ser focalizado num contínuo investimento relacional com os clientes baseado na percepção e estudo das suas necessidades , actuais e futuras, e no desenvolvimento de produtos tendo em vista a sua satisfação total.
Antecipamos pois, sem necessidade de recorrermos a bolas de cristal, que os responsáveis de marketing devem apostar, ainda mais, fortemente na inovação e criatividade na hora de captar clientes criando produtos concebidos para os respectivos objectivos mas que transmitam e proporcionem “valor acrescentado”, não apenas no momento em que se inicia ou suscita a apetência, através de um bem elaborado site ou brochura, mas também no momento da chegada a uma agência de viagens, hotel ou avião, afim de iniciar a “experiência” de viajar.
Não nos podemos esquecer que do trabalho de previsão e adaptação às novas tendências de hoje, depende a rentabilidade futura das empresas turísticas e que esta passa, em grande parte, pelo serviço que é a chave para qualquer referencial de qualidade que se pretende no sector e que muito tem a ver com a qualidade pretendida nos dias de hoje.
Cada vez mais os consumidores, antes dos produtos escolhem marcas , pelas características que lhe estão associadas, nomeadamente as que se destacam pelo serviço como um factor diferenciador.
Por último não deixa de ser muito interessante constatar que, cada vez mais, a indústria turística tem vindo a pensar menos em produto e a focalizar-se mais nas necessidades dos consumidores.
Sócios da Neoturis – consultoria em turismo