As Alterações Climáticas e o Turismo
por José Gil Duarte, António Fontes, Rui Soares Franco e Hernâni Almeida,As chamadas de atenção para o assunto das alterações climáticas têm sido uma constante nos últimos anos. Relatórios têm sido produzidos pelas diversas instituições internacionais, de entre os quais se destaca o IPPC (Intergouvernmental Panel on Climate Change), considerado como aquele que melhor espelha… Continue reading As Alterações Climáticas e o Turismo
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por José Gil Duarte, António Fontes, Rui Soares Franco e Hernâni Almeida,As chamadas de atenção para o assunto das alterações climáticas têm sido uma constante nos últimos anos. Relatórios têm sido produzidos pelas diversas instituições internacionais, de entre os quais se destaca o IPPC (Intergouvernmental Panel on Climate Change), considerado como aquele que melhor espelha a situação internacional. O IPPC foi desenvolvido tendo como principal objectivo ser um instrumento de trabalho para os decisores políticos e para todos aqueles que se interessam sobre o assunto das alterações climáticas. Estes relatórios produzidos são politicamente neutros, apesar de se basearem em dados científicos, técnicos e socio-económicos reais e objectivos.
É com base nestes relatórios, o último dos quais foi elaborado em 2007, que são elaborados diagnósticos fundamentados em observações e monitorizações. A partir do relatório de 2007 tornou-se mais que evidente o clima está a mudar e existem diversos factos que confirmam o cenário, de entre os quais se destacam os seguintes:
Os sinais das mudanças que estão a acontecer são os cenários com que nos temos deparado em Portugal e que contribuem para o despertar das populações, empresários e entidades públicas. Estamos a falar de períodos de elevada concentração de chuva caída que originam cheias em territórios não preparados para essas ocorrências, fortes variações de temperatura em curtos espaços de tempo, mudanças de estações, entre outras
Apesar da negação individual e do “faz de conta” por parte de muitos cidadãos é sem dúvida o factor humano o principal causador das mudanças climáticas. Assim, a política assumida pelas principais instituições internacionais e nacionais é a Informação, a Educação e a Prevenção. Paralelamente tomam-se as medidas necessárias para que seja possível uma alteração de comportamentos e de mentalidades do mundo e de cada um de nós.
As alterações climáticas têm consequências nas mais diversas áreas. Se pararmos e reflectirmos observamos que esta questão não se resume à simples, mas grave alteração das temperaturas ao nível global. Temos que ir mais além… de que forma o aumento das temperaturas da superfície terrestre poderá alterar os modelos convencionais de organização de sociedades? Se pensarmos na questão da água… simples! Existe muita! É verdade! Mas se relacionarmos que apenas 2,5% da água existente no planeta é doce e que desta apenas 0,7% se encontra acessível… e que devido ao comportamento humano ela está a ser mal tratada quando é um bem escasso.
Comentavam, há tempos num evento que o ciclo da água sempre foi e sempre será o mesmo! Sem dúvida que é verdade… mas a verdade pode ter diversas faces. O ciclo da água sempre existirá… mas o problema está em saber onde é que esta água irá cair? Em que condições? E pior… quando ela cair, em vez de vir de forma parcial, ela virá toda de uma vez só! Como tem acontecido este ano e em 2006 que se registaram as cheias em Setúbal e em Santarém… a água caiu, mas veio toda de num curto espaço de tempo, o que causou acidentes, destruições , sem que o solo tenha conseguido reter toda essa água. Este é um simples, mas demonstrativo, exemplo dos possíveis cenários que se advinham.
É com base nestes pressupostos que se realizam diversos seminários, congressos e outros eventos sobre esta temática. Um dos últimos foi realizado no Centro de Congressos do Estoril, promovido pela Ecoprogresso, que juntou mais de 200 participantes e oradores. Este evento foi o “pontapé de saída” para um ciclo de 12 workshops (www.numclimaemmudanca.pt) a decorrer nos próximos meses e onde serão debatidos os impactos das alterações climáticas nos diversos sectores da economia internacional e, onde o turismo será, também, alvo de discussão e reflexão.
Não é nosso objectivo ser dramático e pessimista, antes pelo contrário, assumimos aqui uma postura de esperança: esperança na mudança de comportamentos de muitos de nós individualmente, mas sobretudo do principal agente poluidor… a actividade económica. E aqui também salientamos a actividade turística que está identificada em diversos relatórios, como o 5º maior poluidor do globo, a seguir aos EUA, à China, à UE e à Rússia. Com as previsões de crescimento da procura turística internacional estimado em 4,3% e com o surgimento de novos destinos a quererem posicionar-se no ranking internacional de chegadas, calcula-se que a actividade turística ainda venha a contribuir mais para o agravamento do cenário das alterações climáticas.
E aqui chega-se à reflexão pretendida: sendo o turismo um dos principais contribuintes para a emissão dos gases estufa e, paralelamente, sendo também uma das principais vítimas das alterações climáticas, como poderá o sector posicionar-se por forma a reagir e a antecipar as consequências previstas?
Sabe-se que se hoje parássemos as emissões de CO2 para a atmosfera estas só desapareceriam num prazo de 50 anos e que os efeitos destas se iriam verificar à mesma. Então, estão desde já previstas medidas, umas em lei outras acordadas, a cumprir por parte dos principais players que contribuirão para aquilo que se denomina de “Adaptação”, ou seja, a definição de estratégias que vão mais além da “Mitigação” (redução das emissões de gases estufa).
A realidade é: a estruturação de um destino “eco” é actualmente muito mais que uma estratégia de marketing turístico, é um posicionamento que deve ser assumido perante um mercado cada vez mais alerta e exigente. A presente e futura procura turística não se identificará com o produto cujo respeito pelo ambiente seja pontual e oportunista. Pelo contrário, só respeitará e consumirá o produto turístico que na sua globalidade esteja 100% vocacionado para a preservação e promoção da qualidade ambiental.
RDPE – Desenvolvimento Projectos Empresariais, SA.