IATA: Transporte aéreo manteve tendência de crescimento em fevereiro com destaque para procura internacional
Os dados da IATA mostram que, em fevereiro, todas as regiões cresceram a dois dígitos na procura de passageiros, com destaque para a Ásia-Pacífico, onde este indicador aumentou 37.8%, mas também para a América do Norte, onde o crescimento se ficou por apenas um dígito.
Inês de Matos
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Em fevereiro, o transporte aéreo manteve a tendência de crescimento e, segundo a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, viu a procura global aumentar 21.5%, com destaque para a procura internacional, que subiu 26.3% face a igual mês de 2023.
Os dados divulgados esta quinta-feira, 4 de abril, pela IATA mostram que, em fevereiro, a capacidade global da aviação também aumentou 18.7%, enquanto o load factor se fixou nos 80.6%, depois de um aumento de 1,9 pontos percentuais face a fevereiro de 2023.
A nível internacional, acrescenta a IATA, a capacidade também aumentou 25.5% em fevereiro, ainda que o load factor tenha ficado um pouco abaixo do global, somando 79.3%, o que indica um aumento de 0,5 pontos percentuais face a fevereiro de 2023.
A nível doméstico, houve ainda um crescimento de 15.0% na procura dos passageiros, enquanto a capacidade subiu 9.4% e o load factor situou-se nos 82.6%, depois de aumentar 4,0 pontos percentuais face a mês homólogo do ano passado.
A IATA nota, contudo, que o mês de fevereiro de 2024 teve mais um dia do que o do ano passado, o que pode traduzir maiores crescimentos da procura e da capacidade.
“O forte início de 2024 continuou em fevereiro, com todos os mercados, exceto a América do Norte, a reportarem um crescimento de dois dígitos no tráfego de passageiros”, congratula-se Willie Walsh, diretor-geral da IATA, considerando, por isso, que há “boas razões” para que a indústria esteja otimista face a 2024.
Os dados da IATA mostram que, em fevereiro, todas as regiões cresceram a dois dígitos na procura de passageiros, com destaque para a Ásia-Pacífico, onde este indicador aumentou 37.8%, seguindo-se África, onde houve um aumento de 22.5% na procura, assim como o Médio Oriente, onde o aumento foi de 19.7%. Já na Europa o crescimento foi de 14.8% e na América Latina foi de 13.0%, sendo que apenas na América do Norte o crescimento se ficou apenas por um dígito, depois de subir 8.9%.
A nível internacional, foi na Ásia-Pacífico que a procura mais subiu, num aumento que chegou aos 53.2%, enquanto a capacidade cresceu 52.1% e o load factor chegou aos 84.9% depois de um aumento de 0.6 pontos percentuais que tornou a ocupação desta região na maior em todo o mundo, em fevereiro.
Na América Latina, o crescimento da procura internacional foi de 21.0% em fevereiro, enquanto a capacidade apresentou uma subida de 18.6% e o load factor chegou aos 84.2%, num aumento de 1.7 pontos percentuais face a fevereiro de 2023.
Em África, o aumento da procura foi de 20.7% em fevereiro, enquanto a capacidade subiu 22.1%, ainda que o load factor tenha apresentado uma descida de 0,8 pontos percentuais, para 74.0%.
No Médio Oriente, a procura aumentou ainda 19.7% e a capacidade cresceu 19.1%, enquanto o load factor registou uma subida de 0,4 pontos percentuais, fixando-se nos 80.8%.
Já as companhias aéreas da América do Norte assistiram a um aumento de 16.0% na procura internacional e aumentaram em 17.6% a capacidade face a fevereiro de 2023, o que ditou uma descida de 1,1 pontos percentuais no load factor, que passou para 77.7%.
Por fim, foi na Europa que a procura internacional menos cresceu em fevereiro, num aumento de 15.9%, enquanto a capacidade subiu 16.0% e o load factor situou-se nos 74.7%, mantendo-se inalterado face a fevereiro de 2023.
Os dados positivos levam Willie Walsh a destacar que “a procura dos passageiros mostra resiliência face às incertezas geopolíticas e económicas”, ainda que o responsável se mostre preocupado com a adoção de novos impostos que têm impacto na aviação, a exemplo das taxas ambientais, com destaque para a Europa.
“É fundamental que os políticos resistam à tentação de ganhar dinheiro com novos impostos que poderiam desestabilizar esta trajetória positiva e tornar as viagens mais caras. Em particular, a Europa é uma preocupação, pois parece determinada a travar a sua lenta recuperação económica com propostas fiscais não competitivas”, alerta ainda o responsável.